terça-feira, 26 de agosto de 2014

Almoço do dia 31 de agosto de 2014
O Chef de Cozinha desta semana é Helena Rizzo
Helena Rizzo, do restaurante Maní, foi eleita a melhor chef mulher de 2014. O prêmio Veuve Clicquot é uma categoria especial do Worlds 50 Best, da revista britânica Restaurants, que todo ano elege os 50 melhores restaurantes do mundo. A lista completa de vencedores será anunciada em Londres, no dia 28 de abril.
Premiadíssimo no Brasil (o Maní é a casa com mais vitórias no Prêmio Paladar, entre outros títulos), o restaurante que Helena Rizzo comanda ao lado do marido, o chef espanhol Daniel Redondo, entrou para a lista dos 50 melhores do mundo em abril do ano passado, na 46ª posição. Em setembro, foi eleito o 5º melhor da América Latina. As apostas agora são de que o Maní deve subir algumas posições no ranking.
"Eu não sou a melhor cozinheira do mundo, é obvio, mas esse prêmio é um reconhecimento do trabalho que a gente faz", disse a chef. "O prêmio não é meu, sem falsa modéstia, é de toda a equipe do Maní - e muito do Dani." A homenagem ao marido não é por acaso, Helena e Daniel criam pratos, testam ingredientes, fazem de tudo juntos no Maní - só não ficam ao mesmo tempo na cozinha, o que faziam apenas no início. O restaurante nasceu de um sonho do casal, que se conheceu no El Celler de Can Roca, em Girona, na Espanha - atualmente, o número 1 do ranking 50 Best.
A gaúcha havia trocado a carreira de modelo pela de cozinheira e tinha passado por restaurantes na Europa. Estagiou em diversas cozinhas na Itália e na França e acabou parando na casa dos irmãos Roca, onde Daniel trabalhava havia 15 anos.
Voltou ao Brasil casada com ele e com planos de abrir o restaurante. O casal inaugurou o Maní em 2006, com a atriz Fernanda Lima entre os sócios.
Aos 36 anos, a gaúcha Helena Rizzo está em grande forma. Sua cozinha é criativa, técnica e reflete uma capacidade ímpar de combinar sabor, frescor e beleza. O cardápio do Maní é composto de pratos leves, surpreendentes, que podem ser pedidos à la carte ou em forma de degustação (o menu de oito tempos custa R$ 340 por pessoa sem vinhos e R$ 480 com harmonização de vinhos).
"A habilidade de conciliar tradição e técnicas contemporâneas é parte talento e parte experiência", destaca o texto que anuncia a vitória da brasileira. Helena venceu a quarta edição do prêmio - e é a única eleita até agora, que não tem a cozinha classificada com a cotação máxima de três-estrelas do célebre guia francês Michelin. (O guia não é editado no Brasil).
Este prêmio foi criado em 2011, uma categoria especial, e já consagrou a francesa Anne-Sophie-Pic (restaurante Pic), a italiana Nadia Santini (Dal Pescatore) e a espanhola Elena Arzak (Arzak). "Embora no Brasil não exista esse negócio de discriminação da mulher na cozinha - pelo menos no meu tempo, nunca senti - acho que esse prêmio é bom porque valoriza a cozinha brasileira, a gastronomia nacional", disse a chef.

Cardápio:

Entrada: Atum com Morangos

Ingredientes:
  • 70 g de atum
  • 04 unidades de morango
  • Quanto baste de shoyu
  • Quanto baste de suco de gengibre
  • Quanto baste de sal
  • Quanto baste de azeite

 Modo de Fazer:
Corte o atum em dados. Marinar o atum no shoyo e suco de gengibre. Coloque sobre cada dado de atum uma fatia de morango, um fio de azeite de oliva, shissô. Coloque nos palitos grandes e servir.
Dica: Cortar o atum em dados (sete dadinhos de 1,5 cm)

Prato Principal: Bobó de Camarão- 1 ª Opção

Ingredientes:

Para o molho
  • 02 cebolas
  • 02 cenouras
  • 01 tomate
  • 01 talo de alho-poró
  • 30 ml de azeite
  • ¼ de maço de salsinha picada
  • ½ cabeça de alho
  • 2 kg de cabeças de camarão grande
  • 100 ml de vinho branco
  • 2 l de água mineral
  • 01 colher  de sopa de maisena
  • 100 ml de leite de coco
  • 20 g de chocolate -70% de cacau picado
  • 150 g de shiitake cortado em fatias
  • 150 g de shimeji
  • Sal 
Para o purê
  • 01 kg de mandioquinha descascada
  • Sal
  • 200 ml de leite de coco
  • 30 ml de azeite 
  • Para o camarão
  • 20 ml de azeite
  • 01 kg de camarão grande limpo
  • Sal 
Para a montagem
  • Raspas de 1 limão
  • ½ maço de ciboulette (cebolinha verde) picada bem fino 
Modo de Fazer:
Preparo o molho:
Corte a cebola, a cenoura, o tomate e o alho-poró em pedaços pequenos. Numa panela com um terço do azeite, doure a cebola, a cenoura, o alho-poró e a meia cabeça de alho com a casca até caramelizar bem. Numa frigideira antiaderente grande, doure as cabeças de camarão com a metade do azeite restante. Junte-as aos legumes na panela. Acrescente a salsinha, o tomate e o vinho branco. Deixe evaporar. Cubra com a água mineral e cozinhe em fogo baixo por duas horas. Retire a espuma que se formou durante a fervura e coe tudo passando por um chinois fino (espécie de peneira cônica). Numa panela, leve ao fogo alto para reduzir a um terço do volume inicial. Dissolva a maisena no leite de coco e acrescente ao caldo, mexendo até engrossar. Transfira 200 ml do molho para uma panela pequena e, em fogo baixo, adicione o chocolate e misture até derretê-lo. Junte essa mistura ao restante do molho e acrescente sal. Bata o molho no liquidificador e coe mais uma vez. Numa frigideira antiaderente aquecida, salteie os cogumelos shiitake e shimeji com o azeite restante e um pouco de sal. Acrescente-os ao molho do bobó e reserve. 
Preparo do purê:
Cozinhe a mandioquinha em água e sal até ficar bem macia. Reduza o leite de coco à metade do volume numa panela pequena e reserve. Escorra bem a mandioquinha e passe-a por um espremedor de batata. Num liquidificador potente, bata rapidamente um terço da mandioquinha, um terço do leite de coco reduzido e um terço do azeite. Repita a operação, aos poucos, até processar toda a mandioquinha. Reserve o purê aquecido. 
Numa frigideira antiaderente, bem aquecida e com azeite, doure por alguns minutos, de ambos os lados, os camarões temperados com sal. 
Montagem:
Disponha em cada prato fundo 4 colheres (sopa) de purê. Coloque um quarto dos camarões sobre o purê. Regue-os com 3 colheres (sopa) do molho. Finalize com as raspas de limão e 1 colher (chá) de ciboulette. Sirva imediatamente.


Talharim de pupunha com molho de parmesão– 2 ª Opção

Ingredientes:
  • 01k de coração de palmito pupunha
  • 500 ml de creme de leite
  • 250g de queijo parmesão
  • 250 ml de leite
  • Salsinha picada
  • Azeite trufado
  • Azeite de oliva
  • Mix de brotos
  • Flores comestíveis
  • Pimenta seichuan e Sal
  •  05 ovos;
  • 60g de cacau;
  • 75g de açúcar;
  • 60g de coco ralado;
  • 250 g de biomassa de polpa de banana;
  • 50g de castanha do Pará (ou castanha do Brasil, como se diz em Portugal) 60 ml de azeite.

 Modo de Fazer:
Preparo do molho:
Corte a cebola, a cenoura, o tomate e o alho-poró em pedaços pequenos. Numa panela com um terço do azeite, doure a cebola, a cenoura, o alho-poró e a meia cabeça de alho com a casca até caramelizar bem. Numa frigideira antiaderente grande, doure as cabeças de camarão com a metade do azeite restante. Junte-as aos legumes na panela. Acrescente a salsinha, o tomate e o vinho branco. Deixe evaporar. Cubra com a água mineral e cozinhe em fogo baixo por duas horas. Retire a espuma Modo de preparar Molho Corte a cebola, a cenoura, o tomate e o alho-poró em pedaços pequenos. Numa panela com um terço do azeite, doure a cebola, a cenoura, o alho-poró e a meia cabeça de alho com a casca até caramelizar bem. Numa frigideira antiaderente grande, doure as cabeças de camarão com a metade do azeite restante. Junte-as aos legumes na panela. Acrescente a salsinha, o tomate e o vinho branco. Deixe evaporar. Cubra com a água mineral e cozinhe em fogo baixo por duas horas. Retire a espuma que se formou durante a fervura e coe tudo passando por um chinois fino (espécie de peneira cônica). Numa panela, leve ao fogo alto para reduzir a um terço do volume inicial. Dissolva a maisena no leite de coco e acrescente ao caldo, mexendo até engrossar. Transfira 200 ml do molho para uma panela pequena e, em fogo baixo, adicione o chocolate e misture até derretê-lo. Junte essa mistura ao restante do molho e acrescente sal. Bata o molho no liquidificador e coe mais uma vez. Numa frigideira antiaderente aquecida, salteie os cogumelos shiitake e shimeji com o azeite restante e um pouco de sal. Acrescente-os ao molho do bobó e reserve. 
Preparo do purê:
Cozinhe a mandioquinha em água e sal até ficar bem macia. Reduza o leite de coco à metade do volume numa panela pequena e reserve. Escorra bem a mandioquinha e passe-a por um espremedor de batata. Num liquidificador potente, bata rapidamente um terço da mandioquinha, um terço do leite de coco reduzido e um terço do azeite. Repita a operação, aos poucos, até processar toda a mandioquinha. Reserve o purê aquecido. 
Preparo do camarão:
Numa frigideira antiaderente, bem aquecida e com azeite, doure por alguns minutos, de ambos os lados, os camarões temperados com sal. 
Montagem:
Disponha em cada prato fundo 4 colheres (sopa) de purê. Coloque um quarto dos camarões sobre o purê. Regue-os com 3 colheres (sopa) do molho. Finalize com as raspas de limão e 1 colher (chá) de ciboulette. Sirva imediatamente.

 Sobremesa: Bolo de Cacau

Ingredientes:
  • 05 ovos
  • 60 g de cacau
  • 75 g de açúcar
  • 60 g de coco ralado
  • 250 g de biomassa de polpa de banana
  • 50 g de castanha do Pará (ou castanha do Brasil, como se diz em Portugal) 60 ml de azeite.

Modo de Fazer:
No liquidificador, bata os ovos inteiros com azeite por 3 a 5 minutos;
Passe por uma peneira, e em seguida, bata novamente com os ingredientes sólidos;
Agregue as castanhas delicadamente. Asse em forno, pré aquecido a 160 °C, por 30 minutos;
Se quiser um bolo mais doce, acrescente mais 50g de açúcar.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Almoço do dia 24 de agosto de 2014.

O Chef desta semana é Alex Atala
Vamos conhecer sua biografia e talvez nos inspirar ...

Entrevista de Alex Atala com a “Revista Isto é Gente”
Texto de JONAS FURTADO

Ele já desfilou para o estilista Ricardo Almeida e está na lista dos 25 homens mais sexy do Brasil. Apesar de todas as credenciais de celebridade, o verdadeiro lugar do paulistano Alex Atala, 37 anos, é na cozinha. Apresentador do Mesa para Dois, do canal a cabo GNT, Atala foi recentemente eleito o melhor chef de São Paulo pelo trabalho à frente do seu conceituadíssimo e badalado restaurante D.O.M. .Ex-punk e ex-DJ do Rose Bom Bom (boate ícone da noite paulistana dos anos 80.

Cozinhar é uma arte?
Cozinhar é muita coisa, trabalhar é outra. Fazer comida e servir implica uma tremenda generosidade. Você se entrega para o prazer das pessoas, é muito prazeroso. Trabalhar com cozinha é outro mundo.

Quais são as diferenças?
Cozinhar implica praticamente só prazer e a possibilidade de uma frustração. Quando você está atuando profissionalmente na cozinha, você sofre duas pressões. A primeira é pela perfeição: ficar bom ou muito bom é só a sua obrigação. A segunda é a do tempo: a pessoa não veio assistir a um espetáculo, ela veio para comer, e a fome e o mau humor estão muito próximos. As pessoas vêm com fome, uma expectativa alta, e você tem que servir uma comida muito boa e muito rápido. Multiplique isso pelo número de mesas, pelo de pessoas e pratos que elas vão experimentar, e você vai ver que isso é um ponto de tensão absurda. Essa tensão rouba muito a beleza de cozinhar.

Hoje você é uma celebridade. Essa exposição é boa para divulgar o chef Alex Atala?
Tenho um duplo sentimento com essa coisa de ter virado um personagem. O que implica a palavra celebridade não me é bem-vindo. Mas foi muito prazeroso, por exemplo, desfilar para o (estilista) Ricardo Almeida. Essas ações  tem o ônus e o bônus. O reconhecimento profissional é bônus. O lado celebridade é mais ônus do que bônus. O excesso de exposição não me encanta. Não é legal também ter uma imagem distorcida do que você é e do que você faz todo dia. Infelizmente acho que acabo externando uma riqueza que não tenho. As pessoas acham que o restaurante é uma fonte de milhões, e não é. É um negócio como outro qualquer, não é mais importante nem mais rentável do que uma loja.

Como se interessou por cozinhar?
Minha história é nada ortodoxa. Era garotão, tinha 19 anos e trabalhava como DJ em São Paulo para viver. Juntei uma grana e fui para a Europa. No meio da viagem meu dinheiro acabou, e eu queria ficar. Comecei a pintar paredes. Mas, para conseguir um visto, tinha que fazer um curso e resolvi fazer uma escola de cozinha porque tinha um amigo que também fazia. Atirei no que vi e acertei no que não vi.

O que gosta de comer no dia-a-dia?
A boca é um instrumento do cozinheiro. Como de tudo e tenho um tremendo prazer em comer a coisa mais simples. Adoro levar meu filho ao estádio de futebol e acho que pago caro pra caramba quando compro aquele cachorro-quente onde o  pão é ruim, a salsicha é ruim. Mas é um tremendo prazer comer um hot-dog ruim e caro com meu filho no estádio. É pelo momento. Prefiro mil vezes comer uma comida ruim com quem me dá prazer a comer bem com um bando de chatos. Comer não é só o que está no prato, é um momento de prazer e implica muito mais do que a boca, é o que está em volta.

Qual a coisa mais exótica que já comeu?
Já comi muita coisa esquisita na vida. Meu critério de escolha para viagens é: quanto pior, melhor. Na Amazônia, comi turus, que eu acho sensacional. É um verme que dá nos troncos de madeira no mangue. Você tira o verme do mangue e come, vivo e cru, na hora. Acho mágico. Paladar é um horizonte para ser aberto. Uma criança não nasce gostando de amargos, de pimentas, de alcoólico. Com os anos, experimentando, se expondo a esses sabores, a gente começa a tolerar, para depois apreciar.

Qual sua culinária preferida?
Gosto muito de comida rústica, não importa o lugar do mundo. Receitas regionais me emocionam. O sabor da comida de alma, secular, é uma referência muito grande no meu trabalho.

Por que cozinha estrelada é sempre tão cara?
Caro e barato são conceitos relativos. Caro é o que você paga e não recebe. Se alguém vem ao D.O.M. e, independente da conta, sai frustrado, o D.O.M. é caro. Agora, se veio ao D.O.M., comeu bem, pagou bastante dinheiro, mas saiu feliz, não pagou caro. Por quê? Porque tenho o cara que planta ervas para mim, uma equipe de 23 cozinheiros, uma equipe de sala de quase 30 pessoas, um escritório para organizar tudo. Tem mais: imagine um peixe de um quilo. Tem o miolo do filé que é bonito, um pedaço perto da cabeça e outro perto do rabo. Não vou fazer desconto para o cliente que ficar com o rabo, então não posso servi-lo. Tenho que servir o miolo do filé, com o mesmo padrão, para todos. De um saco de laranja às vezes você tira só dez laranjas. Você tem que buscar os melhores produtos para ter os melhores resultados. Por isso é caro.

Você realmente cozinha no D.O.M.?
Toda noite estou dentro da cozinha. Durante o dia, às vezes me programo para estar dentro da cozinha, mas acontecem coisas que obrigam a deixá-la. Meu dia é muito mais feliz e saudável quando fico na cozinha. Eu fumo, mas não gosto de fumar. Tenho uma relação ruim com o cigarro – preciso dele, mas não gosto. Quando estou dentro da cozinha, obviamente eu não fumo e nem dou escapadinhas para fumar. Agora, me tranca no escritório e me deixa lá, fazendo contas. Eu como um maço de cigarros.

Seus filhos gostam de brincar de cozinhar?
A menina brinca de panelinha, lógico, o Tomás às vezes fala: “Vou cozinhar no D.O.M.”. O Pedro, o mais velho, tem outra relação com a cozinha. Se algum deles for cozinheiro, vou ajudar muito, mas espero que não sejam. Não quero que eles cresçam com obrigações, nem de ser cozinheiro nem de comer só coisas maravilhosas. Então, levo meus filhos ao McDonald’s, e como junto. Não sou aquele pai que leva e diz: “Isso é uma porcaria”. Como junto porque é um prazer estar vivendo aquele momento com eles. Não quero que eles sigam o ofício por causa da devoção que você tem de ter, deixar de ter vida pessoal em favor de uma profissão. As relações equilibradas são as perfeitas, e acho minha relação com cozinha descompensada.

Tem saudades dos tempos de DJ?
Foram tempos ótimos, mas pertencem a um momento da minha vida. Fui ao Rose Bom Bom depois que reabriram, estava superbacana, mas... Só seria igual se montassem uma máquina do tempo. Hoje em dia adoro jazz. Graças a Deus sou um cara que fui abrindo meus horizontes, não só no âmbito gastronômico, mas também no musical. Fui punk, achava que quem tinha dinheiro não prestava. Hoje, consigo achar gente boa e ruim em toda parte. Não sou mais um cara que segrega, nem na música, nem gastronomicamente, nem socialmente.

Você é formado em gastronomia?
Sou um cara que deu certo de tanto fazer errado. Terminei o colegial depois de cinco expulsões. De um mesmo colégio fui expulso duas vezes: os caras me perdoaram e fui reincidente. Era um bom colégio, a média para passar era 3, fui um bom aluno (risos). Fiz um curso técnico, minha formação de cozinheiro é técnica, não fiz faculdade.

Quem cozinha na sua casa?
Eu adoraria cozinhar em casa, só que estou no D.O.M¹. seis dias por semana, no almoço e no jantar. Tenho um dia por semana para dar uma descansada, ficar com os filhos. Às vezes, aos domingos, faço um almoço para os amigos e à noite, em vez de pedir pizza, o que faço com bastante freqüência, vou para a cozinha e faço alguma coisa. A Márcia sabe cozinhar, mas acho que ela morre de medo de fazer comida para mim. É uma relação que ela ainda não venceu (risos)

(1) D.O.M  (acrônimo da locução latina Deo Optimo Maximo ), cujo projeto arquitetônico é de Ruy Ohtake. O D.O.M  tornou-se um sucesso de público e crítica recebendo diversos prêmios.  

Cardápio:
Prato Principal:  Bacalhau com Sabores Tostados
Ingredientes:
  • Bacalhau:
  • 600 g bacalhau semi salgado, cortado em cubos de 50 g cada;
  • Azeite até cobrir o bacalhau.
  • Farofa:
  • 04 colheres (sopa) de manteiga
  • 16 colheres (sopa) de farinha de mandioca amarela torrada
  • Sal a gosto
  • Tomatinhos:
  • 12 tomates cerejas
  • 300 ml conhaque
  • 320 ml mel
  • 160 ml vinagre
  • 16 gotas tabasco
Tapenade:
  • 50 g de azeitonas pretas chilenas sem caroço
  • 01 cebola média
  • 15 g de alcaparras bem lavadas para retirar o excesso de sal
  • 01 lata de anchova
  • 30 ml de azeite
  • Salsa aromatizada com alho:
  • 01 colher (sopa) de salsa crespa picada grosseiramente
  • 05 gotas de azeite de alho
Modo de Fazer:
Bacalhau:
Deixe o bacalhau em água fria por mais ou menos três horas para tirar o excesso de sal.
Esquente o azeite até 60ºC e coloque o bacalhau de seis a oito minutos no azeite, até o centro do bacalhau ficar quente e o peixe super macio.
Retire e coloque para grelhar em uma frigideira antiaderente somente o lado da pele com azeite, até a pele ficar crocante.
Farofa:
Derreta a manteiga em fogo médio, adicione o sal e depois a farinha.
Mexa para desfazer as pelotas.
Salteie até ficar crocante, mais ou menos 1 minuto.
Tomatinhos:
Misture todos os ingredientes – menos os tomates – em uma tigela.
Bata tudo até ficar homogêneo.
Para retirar a pele dos tomates, faça um corte bem superficial em formato de X no fundo dos tomates, e escalde em água fervente por 10 segundos para soltar a pele.
Puxe a pele delicadamente para cima, sem soltá-la totalmente e deixar marinando por 15 minutos.
Na hora de servir, leve ao forno alto até secar a pele do tomate.
Tapenade:
Pique muito bem todos os ingredientes, adicione o óleo da lata da anchova e o azeite e misture até formar uma pasta homogênea.
O ideal é deixar desenvolvendo os sabores por uns 3 dias.
Salsa aromatizada com alho:
Misturar os dois e colocar em cima do bacalhau.
Azeite virgem extra e pimenta do reino moída a gosto.

Acompanhamento: Aligot (purê elástico)

Ingredientes:
  • 200 g de Purê de Batata
  • 100 g de queijo Minas padrão ralado
  • 100 g de queijo gruyére ralado
  • 01 kg de batatas
  • 200 ml de creme de leite fresco
  • 100 ml de leite tipo A
  • 45 g de manteiga
  • Sal
Modo de Fazer:
Aligot
Em uma panela pequena, aqueça o purê de batata, em fogo baixo.
Acrescente os queijos ralados, alternadamente começando pelo queijo Minas padrão e, vá acertando o ponto, enquanto mexe energicamente com uma colher de pau, até que esteja liso e elástico.
Purê de batata
Cozinhe as batatas em água com sal até começarem a abrir.
Descasque-as ainda quente.
Esprema as batatas no passador de legumes e depois em uma peneira bem fina.
Numa outra panela aqueça a manteiga, o creme de leite e o leite.
Aligot:
Em uma panela pequena, aqueça o purê de batata, em fogo baixo.
Acrescente os queijos ralados, alternadamente começando pelo queijo Minas padrão e, vá acertando o ponto, enquanto mexe energicamente com uma colher de pau, até que esteja liso e elástico.
Acrescente as batatas amassadas e cozinhe em fogo bem baixo por aproximadamente 20 minutos.

Sobremesa: Pudim de Leite ao perfume de Priprioca 

Caramelo de priprioca
Ingredientes
  • 320 g de açúcar
  • 80 ml de água
  • 20 ml de essência de priprioca
Modo de Fazer:
Faça um caramelo com o açúcar a 142°C aproximadamente e adicione a essência de priprioca e a água.

Pudim
Ingredientes

  • 80 g de gema pasteurizada
  • 60 g de açúcar
  • 250 ml de creme de leite
  • 250 ml de leite
  • 2 folhas de gelatina
Modo de Fazer:
Aquecer o leite e o creme de leite (não ferver).
Bater as gemas com o açúcar até que fiquem esbranquiçadas.
Hidratar as folhas de gelatina e dissolvê-las no leite previamente aquecido.
Misturar aos poucos o leite nas gemas e coar.
Forrar com o caramelo o fundo de uma forma de silicone com esferas de 30ml. Despejar o líquido do pudim sobre o caramelo.
Assar a 90°C no vapor por 10 a 12 minutos.

Priprioca,
Erva típica da região amazônica, a priprioca é amplamente utilizada na indústria de cosméticos, especialmente em perfumes. Para o chef Alex Atala, entretanto, o vegetal tem outra utilidade: confere um toque especial aos pratos. "Conheci a priprioca viajando pela Amazônia, onde a planta faz parte da cultura local. Pesquisei sobre ela e percebi a possibilidade de usá-la na gastronomia", conta ele.
Embora ainda não exista autorização para as indústrias de alimentos comercializarem a priprioca com este fim, do ponto de vista legal a erva pode entrar como ingrediente de receitas. "A raiz da priprioca é a parte que serve para a gastronomia. Dela, podemos extrair um álcool ou um óleo. Trata-se de um novo sabor, de aplicação semelhante a da baunilha", explica Atala.
A versatilidade do ingrediente é outra vantagem da priprioca, que vai bem em receitas doces ou salgadas. "Combina com derivados de leite, carnes em geral, fígado e salame", ensina o chef.
A priprioca é uma raiz amazônica de aroma leve e ligeiramente picante. É ela que dá o sabor residual  ao brigadeiro, com uma ardência e um retrogosto sutis e amadeirados.